sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Bem estar, saúde e liderança

Observatório JB traz, nesta postagem, resultados de observações e orientações práticas para atuação assertiva das lideranças nesses tempos difíceis, momentos em que parte da rotina corporativa inclui a convivência com demissões, os cortes orçamentários e um contexto de eventos preocupantes no país e no mundo globalizado.

Tempo aproximado de leitura - 8 minutos    


Momentos difíceis estão atualmente muito presentes na rotina das empresasA convivência com demissões, cortes orçamentários e um contexto de eventos preocupantes no país e no mundo globalizado, frequentam o seu dia a dia e desafiam a capacidade de gestão das lideranças.


A situação  atual é preocupante para as empresas que estejam arrastando dificuldades ou resistindo a se ajustar à realidade imposta pelas circunstâncias - covid-19, problemas econômicos e financeiros,  guerras e ameaças de guerras.


O estudo

Trabalho produzido recentemente pela Harvard Business Review (HBR) demonstra que, nos dias de hoje, a motivação da força de trabalho está diminuindo e, além disso, põe em pauta os vários motivos possíveis: o medo causado por uma economia em desaceleraçãopoucas oportunidades de progressão profissional, e a rotatividade de pessoal de alta especialização e/ou performance, deixando para trás os seus locais de trabalho com ambientes empresariais tóxicos - prioritariamente por conta de líderes desrespeitosos. 

Como pano de fundo o estudo indica ainda a pressão inflacionária nos bolsos da população e um cenário político cada vez mais polarizador e incerto, que concorre com eventos globais sucessivos e preocupantes – que vão de epidemias a guerras, e até catástrofes naturais.

Com a direção das empresas e os líderes, em geral, percebendo o sentimento de tristeza e a angústia em suas equipes a principal questão que lhes pressiona diz respeito ao que podem fazer para conter a queda na motivação do seu pessoal. O estudo da HBR identificou que, em muito dos casos, as iniciativas tomadas para minimizar essa queda de motivação e elevar o moral das equipes podem ser bem intencionadas, mas apenas fazem a situação, que é ruim, ficar ainda pior para o ambiente corporativo.

Na prática, recomenda o artigo, antes de tomar alguma iniciativa é importante lembrar que não há uma abordagem única para isso. Primeiramente porque as pessoas têm percepções diferentes e individuais da situação e, também, porque a motivação pode ser produzida diferentemente de acordo com a visão de mundo e particularidades de comportamento de cada um.

E principalmente porque – acrescenta o trabalho da HBR - "a motivação de uma pessoa é um conjunto complexo de emoções, incluindo excitação, alegria, desejo, paixão e esperança, derivadas de um conjunto de habilidades e traços, incluindo resiliência, otimismo, autoconfiança e ambição"

Ou seja, não estamos diante de um quadro que permita o fácil sucesso para terapeutas amadores – no caso, os líderes agindo isoladamente. Em um cenário dessa natureza o papel das lideranças é descobrir o que pode estar na raiz da motivação perdida de um colaborador e ajudá-lo a fazer as escolhas necessárias para redescobri-la ao longo do tempo, contando com suporte profissional especializado que proporcione condições para administrar tais situações.


Os líderes estão percebendo a sensação de tristeza e angústia em suas equipes e se perguntando o que podem fazer para conter a desmotivação.


Decisões assertivas

O estudo alinha algumas maneiras de começar a atuar, indicando aos líderes perspectivas e exemplos de formas de ação, como os resumidos a seguir:

Sobre notícias difíceis

Não adoce - oferecer falsas garantias de que as coisas vão ficar bem ou apontar o lado positivo invalida a dor e o medo que as pessoas podem estar sentindo.

Não se defenda - desapontamento compreensível ou ressentimento por cortes orçamentários, demissões ou outras notícias difíceis, apresentados pelas pessoas,  devem ser aceitos com cortesia – mas sem tolerar desrespeito ou comportamento ofensivo.


Sobre ambiente pesado

Culpa - Se houve necessidade de demitir pessoas, as que permaneceram podem estar lidando com a "culpa do sobrevivente". Comunicar-se de forma consistente e transparente estimula os outros a serem honestos sobre como estão se sentindo.

Decisões difíceisincluir a equipe, ou pelo menos membros mais experientes na tomada de decisões é sempre útil. A experiência mostra que é comum a equipe ser mais dura consigo mesma do que o líder seria, mas ela também aponta soluções em aspectos que a liderança provavelmente não tem visibilidade.


Sobre cuidado e apreço aos colaboradores com dificuldades

A essência das necessidades - o que as pessoas realmente precisam é geralmente muito mais simples e prático. Atenção e empatia são decisivas.

Priorização do trabalho – incluir os membros da equipe para redefinir as prioridades do trabalho quando a capacidade for reduzida costuma produzir bons resultados, permitindo que a equipe faça recomendações dirigidas sobre qual trabalho pausar ou cortar.

Disponibilidade - distanciar-se apenas reforçará os medos, a amargura e impedirá que os componentes da equipe percebam que o líder realmente se importa com eles. Ser acessível e deixá-los saber que há espaço para conversar, ouvir e compartilhar suas perspectivas, pode fazer a diferença positivamente.

Apreço pelo esforço e perseverança - quando as pessoas estão cansadas e emocionalmente esgotadas, podem facilmente se sentir isoladas e desvalorizadas. Quando possível, o líder deve incentivar os membros da equipe fatigados a tirar algum tempo do trabalho para recomposição.


Sobre a importância do Exemplo

Gerenciar as próprias emoções de forma produtiva - não há problema no fato de o líder admitir que está sentindo angústia ou tristeza e compartilhar maneiras produtivas de lidar com essas emoções. Ao demonstrar que é seguro reconhecer ressentimentos, o líder torna seguro para os outros fazerem o mesmo e cria um senso coletivo de comunidade e apoio.

Modelo de autocuidado - todos sabemos a importância de exercício, descanso, alimentação saudável e boa higiene mental, principalmente em tempos de estresse intenso. Se a equipe vê o seu líder cuidando de si mesmo, isso os torna mais propensos a seguir o exemplo.

Demonstrar resiliênciaA incerteza muitas vezes gera perguntas sem resposta e as  pessoas naturalmente querem impor a certeza onde ela não existe. Falar abertamente sobre como está lidando com o desconhecido e como distinguir o que pode controlar do que não pode é um papel (e uma virtude) do líder.


Resumindo

O artigo da HBR deixa bem claro que, em situações como as descritas, em vez de buscar uma conversa estimulante, promover um evento de equipe ou um bom jantar de confraternização - clichês de tantas orientações para gestão de equipes - é de maior validade considerar que experiências emocionais mais profundas e confusas estão por trás das consequências desses tempos difíceis. E buscar ajuda especializada.

No Brasil, especificamente, especialistas identificaram que as empresas estão se aperfeiçoando - outras se transformando - com investimentos em gestão de pessoas, para reter uma força de trabalho produtiva, dedicada... e saudável. Por outro lado, segundo a OMS, transtornos mentais e de comportamento são, no país, a 3ª causa de incapacidade para o trabalho. Uma em cada cinco pessoas podem sofrer de algum mal de saúde mental na empresa.

Ambos os fatos combinados fazem com que sejam identificados movimentos no sentido de atrair e manter uma força de trabalho motivada e com alto desempenho. Pesquisas indicam ações como por exemplo:

Em benefícios – cada vez mais força o conceito de cesta de benefícios - já abordado neste espaço – que flexibiliza as possibilidades de escolha pelo trabalhador, ajustando-os ao seu interesse pessoal e produzindo: maior satisfação para os colaboradores; e melhor retorno do valor investido pela empresa.

Como novos itens com destaque nestes pacote merecem destaque o “auxílio home office”, descontos em academias, assinaturas de apps para o bem estar, e opções em planos de previdência privada.

Em atenção e cuidados – pensando na promoção da saúde mental no ambiente da empresa, especialistas recomendam ações como: divulgação de informações sobre estratégias para a saúde mental (via murais, blogs, apps etc.); parceria com profissionais e clínicas de psicologia para orientação e atendimento pessoal; programas de gerenciamento do estresse, e o incentivo à atividade física regular.

Tudo isto mostra que as atitudes mais efetivas das lideranças passam pela produção de circunstâncias para que as pessoas possam se sentir compreendidas, reconhecidas e apoiadas, a fim de que possam encontrar o caminho de volta ao seu prumo (ou um novo prumo) e alcançar níveis mais altos de motivação.


Leia o artigo da HBR Na íntegra em:

https://hbr.org/2022/08/keeping-your-team-motivated-when-the-company-is-struggling?utm_medium=email&utm_source=newsletter_daily&utm_campaign=dailyalert_notactsubs&deliveryName=DM211272

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