segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O futuro do trabalho remoto está chegando

Observatório JB traz nesta postagem algumas análises sobre os próximos passos que as empresas precisam dar quanto ao trabalho remoto, adotado massivamente durante este período de pandemia, cuja absorção definitiva requer cuidados específicos com a cultura corporativa, os relacionamentos dentro das equipes e as perspectivas dos profissionais, entre outros aspectos, dentro do modelo híbrido de trabalho que vem se conformando.

Tempo aproximado de leitura:  9 minutos

Atento aos movimentos do setor de serviços e, neste período de covid-19, com uma parte da sua atenção enfocada nas condições, consequências e desdobramentos do trabalho em home office, o Gartner Group vem produzindo periodicamente pesquisas e artigos sobre o tema.

Em recente publicação, neste mês, traz interessantes informações que se somam a outras que temos acompanhado desde o início desta pandemia, principalmente por abordar também os impactos da continuidade dessa prática (home office) nas culturas das empresas e nas expectativas de crescimento profissional dos trabalhadores.

Analisando as atividades de serviço e suporte, a conclusão é de que as mudanças são de grande porte, a saber:

  • Antes da pandemia de COVID-19, apenas 10% do pessoal de atendimento e suporte ao cliente operava trabalhando em casa. 
  • Agora, 80% a 100% dessas equipes trabalham em casa. 
  • Para o futuro, de 20% a 80% dessa força de trabalho ainda estará trabalhando em casa, segundo previsão dos empresários e outras lideranças do setor para os próximos 2 anos. 
Grande parte do pessoal de atendimento das empresas trabalhava internamente.

Este quadro faz com que especialistas afirmem que “à medida em que os líderes de suporte e atendimento ao cliente trabalham para formular uma estratégia de trabalho em casa - duradoura e pós-pandêmica - eles precisam entender o impacto que essa mudança transformacional teve e continuará a ter na experiência do funcionário."

Isto significa investir boa parte do seu tempo em compreender as preferências dos funcionários a fim de construir uma estratégia de longo prazo para o trabalho em home office.

Mudanças e motivação

No passado, poucos trabalhadores tinham flexibilidade para o trabalho remoto e os ajustes com as respectivas lideranças eram quase sempre informais ou temporários, e vinculados a assuntos pessoais que exigiam tempo fora do escritório. Com o cenário de covid-19, a maioria deles migrou para o trabalho remoto. 

Pesquisa recente do Gartner identificou que cerca de 70% dos trabalhadores de serviços, que tradicionalmente não tinham muitas oportunidades de trabalhar em casa, se acostumaram; e a maioria deseja continuar trabalhando em casa de forma regular após o fim da pandemia. 

Por outro lado, pela ótica dos empresários e lideranças de equipes, a experiência recente parece ter provado que a rejeição ao trabalho remoto se mostrou infundada, ao constatarem que o desempenho do pessoal permaneceu consistente e, em alguns casos, até melhorou, nessas condições.

Este fato introduz uma questão interessante relativamente à extensão dessa modalidade de trabalho no meio empresarial, e pode passar a ser um fator a ser considerado para atração e retenção de talentos pelas empresas: a possibilidade de que os trabalhadores, satisfeitos com seus atuais acordos de trabalho em casa, resolvam procurar novos empregos se a sua organização atual não for capaz de oferecer esse arranjo no futuro.

Curiosamente, a recíproca pode ser verdadeira (e merecer igual atenção) com a necessidade de reter na empresa aqueles que, embora em menor percentagem dos quadros, prefiram retornar ao trabalho em escritório.

Com um quadro dessa natureza, fica evidente que o assunto merece ser objeto de cuidadoso planejamento.

O desempenho do pessoal em home office, em alguns casos, até melhorou.

Fatores-chave de sucesso

Os empresários e líderes que trabalham desenvolvendo estratégias de longo prazo para o trabalho em casa, pós-COVID-19,  devem considerar também alguns fatores críticos de sucesso:

Cultura 

Apesar de preocupações por parte dessas lideranças quanto ao futuro da cultura de sua empresa no novo contexto, a pesquisa do Gartner mostrou que a maioria dos funcionários que trabalham remotamente dizem que a cultura organizacional permaneceu a mesma - e a maioria dos que pensam que mudou, na verdade afirmam que melhorou.

O principal desafio é assegurar que a existência de duas culturas distintas – trabalho no local e remoto - não comece a gerar ruídos quando alguns funcionários começam a retornar ao local de trabalho, que é um dos riscos do modelo que vem sendo chamado de “híbrido”.

Trabalho em equipe

Estruturados na maioria das empresas, de acordo como as necessidades foram surgindo, os protocolos para o trabalho em home office ainda carecem de massa crítica para validação da sua efetividade quanto ao trabalho em equipe. Ao mesmo tempo em que os pesquisados expressaram que trabalhar em casa não causou reflexos negativos, eles identificaram uma diminuição nas oportunidades de colaboração. 
Neste ponto é decisivo implementar mecanismos para criar oportunidades de colaboração, modelar o comportamento colaborativo e recompensar a colaboração, a fim de garantir condições de aplicar o trabalho remoto com êxito, no longo prazo.

 

Possibilidades de carreira

Apesar do preconceito pré-pandêmico contra os modelos de força de trabalho remota parecer, agora, particularmente infundado, face ao desempenho apresentado pelas equipes, outra questão adicional deve surgir com a convivência de modelos de trabalho presencial e remoto. É o temor do que é, em linguagem simples nas empresas, o clássico “quem não é visto não é lembrado”.

Trabalhar a cultura, o clima e os estilos gerenciais é o nome desse desafio, para evitar que pessoas atuando em modo remoto sintam-se preteridas diante dos que estão em trabalho presencial, quanto a direitos, benefícios e oportunidades, por conta da presença física destes proporcionar uma interação pessoal mais próxima, o que, como é sabido, não significa uma hipótese infundada.

Planejar o futuro do trabalho remoto é atividade fundamental, com impacto na cultura, na interação dentro das equipes e na retenção de talentos.

Em resumo, já que o futuro do trabalho remoto está chegando, o planejamento do próximos passos precisa considerar, além dos aspectos técnicos e de negócio, outras importantes questões que podem surgir e interferir negativamente na cultura, nos relacionamentos dentro das equipes, nas perspectivas dos profissionais e, em última instância, nos resultados de médio e longo prazo das empresas.

Para ler o artigo na íntegra acesse: https://www.gartner.com/smarterwithgartner/future-of-work-from-home-for-service-and-support-employees/

Gostou? Faça contato conosco: contato@jbconsul.com.br

    Visite o nosso site: www.jbconsul.com.br


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

4 Coisas que devemos fazer para nos preparar para uma conversa difícil

Observatório JB aborda nesta postagem trabalho de especialistas de Harvard sobre o comportamento humano, demonstrando as dificuldades e recomendando pontos de reflexão e preparação para melhor lidar com situações críticas nas relações interpessoais, na vida pessoal ou profissional.

Tempo aproximado de leitura:  6 minutos


Todos passamos em nossas vidas, pessoal ou profissional, por situações de relacionamento humano que implicam um risco emocional ou político. Por isso mesmo, conhecer algo do que se estuda e pratica sobre as melhores estratégias para lidar com situações como esta pode ser de grande valor.


A forma como lidamos com conversas difíceis, diz muito sobre nossa capacidade de influência. 

O tema será aqui enfocado a partir de trabalho de especialistas de Harvard, tomando em resumo os pontos chave para cada um refletir, preparar e atuar com um comportamento assertivo diante de situações críticas dessa natureza.

Primeiramente é importante frisar que a forma como lidamos com estas situações de conversas difíceis, prediz a nossa influência, a qualidade das nossas equipes, a consistência da inovação, a força das relações com os clientes e também a durabilidade do casamento e das relações de amizade.

E os resultados das observações dos especialistas mostram que, quando nós mais precisamos, agimos da pior forma. Nos acovardamos ou coagimos, minimizamos ou exageramos, atacamos ou defendemos.

No fundo, a maioria das pessoas anseia por orientações sobre como dominar estes tormentos verbais. Como é que deveria ser a minha nota de abertura? Como é que mostro as minhas preocupações? Como é que sei se a outra pessoa está disponível? Como é que me mantenho focado e chego a uma conclusão?

Uma boa e verdadeira preparação tem importância decisiva para uma "conversa delicada".

São todas questões recorrentes e válidas. E a investigação dos especialistas mostrou que o primeiro indicador do sucesso numa conversa importante, tem pouco a ver com a forma como utilizamos a nossa boca, e mais a ver com o que fazemos antes de abrir.

Partindo para a prática, a seguir estão "as quatro coisas" que devemos fazer para nos preparar. Se as fizermos, a probabilidade da (delicada) conversa correr bem aumenta exponencialmente.

1. Exponha bem os seus motivosEm situações de stress e ameaça, os nossos argumentos são temporários e egoístas. Estamos preocupados se os outros vão gostar de nós, se parecemos bem, se estamos certos, se vencemos ou evitamos o conflito.

Mas o primeiro ponto a ser cumprido na preparação é questionar: “Qual é o verdadeiro problema aqui? “O que é que eu realmente quero”: para mim; para a outra pessoa; para a relação; e para as outras partes interessadas.

Orientar os motivos costuma um passo importante para influenciar a abordagem a ser dada na conversa com a outra pessoa: o subordinado, o chefe, a esposa, o cliente, o irmão etc.

2. Organize as suas emoções. Emoções desnecessárias podem-se transformar numa barreira para uma conversa produtiva. Normalmente estamos numa posição de defesa, zangados, assustados, magoados. Surpreendentemente, as nossas emoções pouco têm a ver com aquilo que os outros fazem, e menos ainda com a história que contamos a nós próprios para justificar o que eles estão fazendo.

Por exemplo, antes de demitir alguém, os gestores criam histórias de vítimas e vilões. A história da vítima os faz inocentes numa situação de crise; a história do vilão os ajuda a justificar qualquer ato negativo contra o outro, posto como praticante de ações negativas. 

Reconhecer e desafiar essa estrutura interna (as histórias) é outro passo vital; permite que se passe de vítima a ator e transforma a outra pessoa, de vilão para ser humano.

3. Apresente os dadosPor definição, uma conversa crítica tem sempre pontos de vista diferentes. Muitas vezes a conversa passa por contestar conclusões em vez de partilhar informações. Cada um diz o que pensa, ou melhor, a sua conclusão sobre o assunto.

A experiência e a observação demonstraram que não é produtivo iniciar uma conversa difícil por partilhar a sua conclusão. Mas, sim, partilhar os dados e as premissas que levaram à sua conclusão, colocando os seus dados na mesa.

Explicar a lógica que utilizou para chegar à sua conclusão e juntar os fatos efetivos é um excelente trabalho de casa para que uma conversa difícil possa ser uma experiência saudável.

4. Seja curiosoA atitude mais importante para manter uma conversa difícil é uma mistura de confiança e curiosidade. É preciso ter interesse nos fatos ou na lógica que pode melhorar a conclusão sobre eles.

Muitas pessoas resistem à curiosidade porque pensam que isso as enfraquece. Na realidade é o oposto que acontece. A curiosidade nos torna mais persuasivos.

Quando ouvimos com honestidade e profundidade, os outros sentem menos necessidade de demandar atenção para serem ouvidos.

Como conclusão e, até mesmo, uma orientação geral, os especialistas de Harvard terminam a sua exposição dizendo que...

“Quando se tem uma conversa difícil, é natural estar preocupado com o que se vai dizer. Mas é importante estar focado nos nossos motivos, premissas e pensamentos”.  Isso porque, concluíram, 60% do êxito nas conversas mais difíceis tem a ver com estar com a cabeça no lugar, e 40% em dizer as coisas certas”.

Para ler o trabalho na íntegra acesse: https://hbr.org/2019/01/4-things-to-do-before-a-tough-conversation.

Informações adicionais

    Visite o nosso site: www.jbconsul.com.br