quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

4 Coisas que devemos fazer para nos preparar para uma conversa difícil

Observatório JB aborda nesta postagem trabalho de especialistas de Harvard sobre o comportamento humano, demonstrando as dificuldades e recomendando pontos de reflexão e preparação para melhor lidar com situações críticas nas relações interpessoais, na vida pessoal ou profissional.

Tempo aproximado de leitura:  6 minutos


Todos passamos em nossas vidas, pessoal ou profissional, por situações de relacionamento humano que implicam um risco emocional ou político. Por isso mesmo, conhecer algo do que se estuda e pratica sobre as melhores estratégias para lidar com situações como esta pode ser de grande valor.


A forma como lidamos com conversas difíceis, diz muito sobre nossa capacidade de influência. 

O tema será aqui enfocado a partir de trabalho de especialistas de Harvard, tomando em resumo os pontos chave para cada um refletir, preparar e atuar com um comportamento assertivo diante de situações críticas dessa natureza.

Primeiramente é importante frisar que a forma como lidamos com estas situações de conversas difíceis, prediz a nossa influência, a qualidade das nossas equipes, a consistência da inovação, a força das relações com os clientes e também a durabilidade do casamento e das relações de amizade.

E os resultados das observações dos especialistas mostram que, quando nós mais precisamos, agimos da pior forma. Nos acovardamos ou coagimos, minimizamos ou exageramos, atacamos ou defendemos.

No fundo, a maioria das pessoas anseia por orientações sobre como dominar estes tormentos verbais. Como é que deveria ser a minha nota de abertura? Como é que mostro as minhas preocupações? Como é que sei se a outra pessoa está disponível? Como é que me mantenho focado e chego a uma conclusão?

Uma boa e verdadeira preparação tem importância decisiva para uma "conversa delicada".

São todas questões recorrentes e válidas. E a investigação dos especialistas mostrou que o primeiro indicador do sucesso numa conversa importante, tem pouco a ver com a forma como utilizamos a nossa boca, e mais a ver com o que fazemos antes de abrir.

Partindo para a prática, a seguir estão "as quatro coisas" que devemos fazer para nos preparar. Se as fizermos, a probabilidade da (delicada) conversa correr bem aumenta exponencialmente.

1. Exponha bem os seus motivosEm situações de stress e ameaça, os nossos argumentos são temporários e egoístas. Estamos preocupados se os outros vão gostar de nós, se parecemos bem, se estamos certos, se vencemos ou evitamos o conflito.

Mas o primeiro ponto a ser cumprido na preparação é questionar: “Qual é o verdadeiro problema aqui? “O que é que eu realmente quero”: para mim; para a outra pessoa; para a relação; e para as outras partes interessadas.

Orientar os motivos costuma um passo importante para influenciar a abordagem a ser dada na conversa com a outra pessoa: o subordinado, o chefe, a esposa, o cliente, o irmão etc.

2. Organize as suas emoções. Emoções desnecessárias podem-se transformar numa barreira para uma conversa produtiva. Normalmente estamos numa posição de defesa, zangados, assustados, magoados. Surpreendentemente, as nossas emoções pouco têm a ver com aquilo que os outros fazem, e menos ainda com a história que contamos a nós próprios para justificar o que eles estão fazendo.

Por exemplo, antes de demitir alguém, os gestores criam histórias de vítimas e vilões. A história da vítima os faz inocentes numa situação de crise; a história do vilão os ajuda a justificar qualquer ato negativo contra o outro, posto como praticante de ações negativas. 

Reconhecer e desafiar essa estrutura interna (as histórias) é outro passo vital; permite que se passe de vítima a ator e transforma a outra pessoa, de vilão para ser humano.

3. Apresente os dadosPor definição, uma conversa crítica tem sempre pontos de vista diferentes. Muitas vezes a conversa passa por contestar conclusões em vez de partilhar informações. Cada um diz o que pensa, ou melhor, a sua conclusão sobre o assunto.

A experiência e a observação demonstraram que não é produtivo iniciar uma conversa difícil por partilhar a sua conclusão. Mas, sim, partilhar os dados e as premissas que levaram à sua conclusão, colocando os seus dados na mesa.

Explicar a lógica que utilizou para chegar à sua conclusão e juntar os fatos efetivos é um excelente trabalho de casa para que uma conversa difícil possa ser uma experiência saudável.

4. Seja curiosoA atitude mais importante para manter uma conversa difícil é uma mistura de confiança e curiosidade. É preciso ter interesse nos fatos ou na lógica que pode melhorar a conclusão sobre eles.

Muitas pessoas resistem à curiosidade porque pensam que isso as enfraquece. Na realidade é o oposto que acontece. A curiosidade nos torna mais persuasivos.

Quando ouvimos com honestidade e profundidade, os outros sentem menos necessidade de demandar atenção para serem ouvidos.

Como conclusão e, até mesmo, uma orientação geral, os especialistas de Harvard terminam a sua exposição dizendo que...

“Quando se tem uma conversa difícil, é natural estar preocupado com o que se vai dizer. Mas é importante estar focado nos nossos motivos, premissas e pensamentos”.  Isso porque, concluíram, 60% do êxito nas conversas mais difíceis tem a ver com estar com a cabeça no lugar, e 40% em dizer as coisas certas”.

Para ler o trabalho na íntegra acesse: https://hbr.org/2019/01/4-things-to-do-before-a-tough-conversation.

Informações adicionais

    Visite o nosso site: www.jbconsul.com.br


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