Observatório JB traz, nesta postagem, algumas linhas de conduta para abordagem de situações de performance insuficiente, considerando o papel do gestor junto às suas equipes e com base em estudos de casos e publicações especializadas no ambiente de negócios em tempos atuais.
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Problemas acontecem
Há muitos motivos pelos quais um colaborador pode ter queda de
desempenho, causar prejuízos à sua performance e, por extensão, aos resultados da
sua equipe. Pode estar passando por um problema pessoal, tendo dificuldades de
se posicionar dentro do grupo, enfrentando limitações para fazer o seu
trabalho, ou se sentindo esgotado – o hoje temível burnout.
Nos dias que correm, em tempos de pandemia e trabalho remoto, esses fatores podem surgir combinados, agravando a situação, gerando impactos para todos e exigindo ação imediata do gestor. Isso sem contar o risco de sobrecarga de trabalho e descontentamento dos demais, situações que, com o home office, podem trazer problemas adicionais.
É frustrante para qualquer gestor quando um membro da equipe tem queda de desempenho.
Gestores apoiam as equipes
Acima de tudo é decisivo agir com empatia, ser atencioso com a pessoa
cujo desempenho é “problema” e com a própria equipe, a fim de:
- identificar o que está
acontecendo, o que está por trás dessa queda no desempenho e o que é
possível fazer sobre isso;
- entender as causas do
problema (ou problemas), deixando clara uma legítima intenção de prestar apoio;
- considerar caminhos para retomar o
compromisso de trabalho, ouvindo atentamente e estabelecendo uma relação
baseada na confiança;
- delinear um programa de melhoria da performance a ser ajustado com o colaborador (e envolvendo a equipe, quando for o caso).
Não se deve esquecer que a busca de informações, a análise da situação e eventuais opções, precisam considerar uma visão global da questão. Além disso, o estudo de soluções alternativas
mostra-se mais rico quando praticado em um processo participativo.
Planejamento é vital
Um gestor hábil deve se preparar bem para abordar o assunto e, pelo
menos:
- perguntar a si mesmo o que parece estar ocorrendo com essa pessoa, levando em conta o que sabe sobre o seu trabalho e a sua vida pessoal e listando os requisitos do trabalho que ela não está atendendo;
- refletir sobre o que tem ocorrido com o colaborador no decorrer do tempo, considerando se já havia algum problema de desempenho não abordado ou se houve uma queda repentina na sua performance;
- ter à mão um roteiro com fatos
que comprovam as situações e caracterizam as falhas no desempenho do
empregado, a fim de poder sustentar eventual debate com evidências;
- preparar-se para ouvir,
com atenção e interesse genuínos, demonstrando uma clara atitude de apoio;
- considerar a possibilidade
de acesso a recursos específicos da sua empresa para lidar com algumas situações,
como por exemplo planos de assistência ao empregado, programas de RH e
cursos de treinamento; e,
- formular um esboço de programa de melhoria a ser apresentado como proposta, detalhando um plano para que isso aconteça e fixando prazos para avaliação.
Ter um plano de contingência é importante, caso a análise da situação indique possíveis impedimentos à implementação das soluções previstas. Neste caso devem ser consideradas opções, como por exemplo:
- a redistribuição das
atividades dentro da equipe, no todo ou em parte, o que implica em
envolver todo o grupo, em um processo participativo, para conciliar os
interesses, conjugar as possibilidades e capacidades, no sentido de melhor
aproveitar os pontos fortes das pessoas;
- a transferência desse colaborador para outro tipo de atividade na qual a sua contribuição possa ser mais efetiva;
- o desligamento deste, caso não haja possibilidade ou interesse no seu aproveitamento, por alguma das partes; ou,
- o planejamento da admissão de novo membro na equipe, em
substituição ao colaborador em questão.
Tudo tem limites
Vivemos em uma
dimensão finita e, portanto, tudo tem limites. Por isso mesmo alguns
balizadores úteis podem ser empregados nessas circunstâncias, como por exemplo:
- A atenção do gestor deve ser irrestrita, combinada com atitudes respeitosas e profissionais. O que determina que o empregado tenha compromisso, também, com a atenção, o respeito e o profissionalismo. Qualquer atitude contrária a isso deve ser sinalizada e, havendo reincidência, determinar o encerramento das negociações.
- A equipe pode (e deve) ser
parte da solução e participar da sua formulação. Mas a direção do processo
é indelegável e pertence ao gestor.
- A negociação de novas atribuições deve ter flexibilidade e cabe ao gestor avaliar os pontos onde pode ceder. Entretanto, independentemente de qualquer ação de boa vontade ou tolerância, nenhuma concessão pode prejudicar a equipe. Esta sim, a prioridade maior.
- Ao concluir que o empregado não tem como continuar na equipe o gestor deve ser direto e, de forma legítima, se oferecer para ajudá-lo a procurar uma nova colocação. O que não significa que tenha esse encargo; caso isso aconteça é uma louvável posição pessoal e, portanto, tem que ser legítima.
- A todo momento deve estar claro que a questão é sobre a performance de uma pessoa e, possivelmente, sobre dificuldades pessoais. Mas, desde o início da conversação, é necessário ficar explícito que o ambiente é empresarial, as relações são profissionais e pautadas em respeito mútuo. Com foco no desempenho do empregado.
Como sabemos, os problemas com gestão de equipe não são novos. As opções e os caminhos para a sua solução tampouco.
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