Observatório JB traz nesta postagem observações sobre o Relatório
da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
intitulado Panorama
Laboral 2020, destacando os principais aspectos do documento e
indicando como fonte de consulta necessária para a definição de estratégias e projetos para o, ainda tão
incerto, ano de 2021.
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Como
se não bastasse a ausência de boas notícias em qualquer retrospectiva sobre
2020, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou neste mês o
relatório anual “Panorama Laboral 2020” indicando que, na região de América
Latina e Caribe, “o emprego estará na terapia intensiva e os indicadores podem
piorar” em 2021.
Segundo a coordenação da publicação, com o impacto sem precedentes da crise do covid-19 esses mercados
retrocederam, nos
últimos 10 meses, o correspondente a pelo menos 10
anos; e a crise está longe de acabar. O relatório demonstra
ainda que esta é a maior crise já
registrada em toda a sua existência, iniciada em
1994.
Os números apresentados relativos a 2020 mostram, por exemplo:
- Forte aumento da
taxa de desocupação, na ordem de 2,5 pontos percentuais em relação ao ano
anterior (de 8,1% para 10,6%). Isso significa na prática que o número de
pessoas que procuram emprego e não conseguem encontrá-lo chega a 30,1
milhões.
- Queda de 5,4
pontos percentuais na taxa de participação, com uma transição inédita para
a inatividade de pessoas que desistiram de procurar trabalho por falta de
oportunidades disponíveis. No final do terceiro trimestre de 2020 este
percentual alcançou a alarmante marca de 57,2%.
- Queda
significativa na contratação em setores de serviços como hotelaria (-17,6%)
e comércio (-12%).
- Redução sensível
do emprego na construção (-13,6%) e na indústria (-8,9%).
- Aumento da taxa
de desocupação juvenil em 2,7 pontos percentuais, chegando a 23,2%, um
nível inédito e que implica que 1 em cada 4 jovens estava desempregado no
terceiro trimestre de 2020.
Os principais reflexos apontados para 2021, em função dessas evidências, são:
§ Necessidade de que seja alcançado crescimento econômico com emprego. Segundo
o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe “...o emprego é crucial para
reduzir a pobreza e enfrentar a ampliação das desigualdades que esta pandemia
está deixando como consequência”.
§ Desafio, para os países da região, de adotar estratégias para geração de
mais e melhores empregos à medida que a produção for reativada e a emergência
sanitária diminuir.
§ Fim do dilema entre preservar a saúde ou a atividade econômica. Com base
nas lições aprendidas com esta pandemia, sem saúde não há produção nem consumo
e, portanto, a segurança e a saúde no trabalho são agora uma questão chave para
a retomada.
O relatório da OIT analisa ainda várias
repercussões da crise do covid-19, com impacto na vida das pessoas e empresas,
saber:
§ Influência das medidas tomadas pelos governos para proteger o emprego, a
renda e o funcionamento das empresas em momentos de emergência.
§ Aumento do trabalho em plataforma, especialmente os serviços de entrega,
e o crescimento do teletrabalho, incluindo os desafios enfrentados na sua
regulamentação, no fechamento das brechas digitais, no treinamento e na sua
atuação em condições formais.
§ Desafios para a formação profissional, proteção social, fiscalização do trabalho e o apoio às MPEs.
O Panorama Laboral 2020 é leitura obrigatória para todos aqueles que pretendem obter mais e melhores informações como insumo para a definição de estratégias e projetos para o, ainda tão incerto, ano de 2021.
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