segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Trabalho e emprego em 2021 - perspectivas da OIT

Observatório JB traz nesta postagem observações sobre o Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) intitulado Panorama Laboral 2020, destacando os principais aspectos do documento e indicando como fonte de consulta necessária para a definição de estratégias e projetos para o, ainda tão incerto, ano de 2021.

Tempo aproximado de leitura:  5 minutos

Como se não bastasse a ausência de boas notícias em qualquer retrospectiva sobre 2020, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou neste mês o relatório anual “Panorama Laboral 2020” indicando que, na região de América Latina e Caribe, “o emprego estará na terapia intensiva e os indicadores podem piorar” em 2021.

Segundo a coordenação da publicação, com o impacto sem precedentes da crise do covid-19 esses mercados retrocederam, nos últimos 10 meses, o correspondente a pelo menos 10 anos; e a crise está longe de acabar. O relatório demonstra ainda que esta é a maior crise já registrada em toda a sua existência, iniciada em 1994.

Os números apresentados relativos a 2020 mostram, por exemplo:

  • Forte aumento da taxa de desocupação, na ordem de 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior (de 8,1% para 10,6%). Isso significa na prática que o número de pessoas que procuram emprego e não conseguem encontrá-lo chega a 30,1 milhões.
  • Queda de 5,4 pontos percentuais na taxa de participação, com uma transição inédita para a inatividade de pessoas que desistiram de procurar trabalho por falta de oportunidades disponíveis. No final do terceiro trimestre de 2020 este percentual alcançou a alarmante marca de 57,2%.
  • Queda significativa na contratação em setores de serviços como hotelaria (-17,6%) e comércio (-12%).
  • Redução sensível do emprego na construção (-13,6%) e na indústria (-8,9%).
  • Aumento da taxa de desocupação juvenil em 2,7 pontos percentuais, chegando a 23,2%, um nível inédito e que implica que 1 em cada 4 jovens estava desempregado no terceiro trimestre de 2020.

 
Quedas sensíveis nos percentuais de pessoas empregadas ocorrem durante a pandemia.

Os principais reflexos apontados para 2021, em função dessas evidências, são:

§  Necessidade de que seja alcançado crescimento econômico com emprego. Segundo o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe “...o emprego é crucial para reduzir a pobreza e enfrentar a ampliação das desigualdades que esta pandemia está deixando como consequência”.
§  Desafio, para os países da região, de adotar estratégias para geração de mais e melhores empregos à medida que a produção for reativada e a emergência sanitária diminuir.
§  Fim do dilema entre preservar a saúde ou a atividade econômica. Com base nas lições aprendidas com esta pandemia, sem saúde não há produção nem consumo e, portanto, a segurança e a saúde no trabalho são agora uma questão chave para a retomada.

Muito precisa ser feito, com coordenação entre empresas e governos, para a retomada do trabalho em 2021.

O relatório da OIT analisa ainda várias repercussões da crise do covid-19, com impacto na vida das pessoas e empresas, saber:

§  Influência das medidas tomadas pelos governos para proteger o emprego, a renda e o funcionamento das empresas em momentos de emergência.

§  Aumento do trabalho em plataforma, especialmente os serviços de entrega, e o crescimento do teletrabalho, incluindo os desafios enfrentados na sua regulamentação, no fechamento das brechas digitais, no treinamento e na sua atuação em condições formais.

§  Desafios para a formação profissional, proteção social, fiscalização do trabalho e o apoio às MPEs.

Panorama Laboral 2020 é leitura obrigatória para todos aqueles que pretendem obter mais e melhores informações como insumo para a definição de estratégias e projetos para o, ainda tão incerto, ano de 2021.

Tenha acesso ao relatório na íntegra em:

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