segunda-feira, 1 de junho de 2020

Novas Atitudes em Inovação e Negócios


Um novo normal e uma oportunidade não imaginada para o compartilhamento de dados

Nesse mundo de covid-19 é possível observar e acentuar um dado positivo e possível sinalizador de uma face do ”novo normal” que já está ocorrendo no competitivo ambiente de negócios ligado ao segmento da indústria farmacêutica e afins, de cujas soluções outros setores estão extremamente dependentes no quadro atual. Comecemos pelos laboratórios e vamos daí às empresas e ao atendimento de suas necessidades de negócio.

Trabalho produzido pela McKinsey & Company demonstra que, ao contrário da experiência com epidemias anteriores (incluindo o Ebola), o covid-19 tem sido caracterizado pelo compartilhamento sem precedentes de dados, análises e resultados de pré-publicação por intermédio de uma plataforma colaborativa de nome medRxiv.

As empresas estão se unindo em colaborações multilaterais, algumas formais e outras informais, para promover a inovação. Os concorrentes de décadas, Sanofi e GSK, estão fazendo parceria para desenvolver vacinas COVID-19. Novos protocolos mestre, muitas vezes com nomes inspirados (como Solidariedade, Recuperação e ACTT), estão sendo usados para testar simultaneamente múltiplas drogas. 

Impactos em novos modelos de P&D

Essa multiplicação de informações pode impulsionar mais ainda a inovação e tem sido rapidamente integrada tanto nas discussões de mídia quanto de políticas. E há esforços em andamento gerando expectativas do surgimento de um modelo colaborativo que possa permanecer conosco pós-pandemia, havendo quem visualize uma coordenação internacional efetiva.

Além disso, alguns governos estão preocupados com a capacidade de suas empresas inovadoras sobreviverem à crise e manterem seus investimentos e sua capacidade de inovação, pois elas serão fundamentais na retomada do crescimento no pós-crise. Pesquisadoras do Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do IPEA, aqui no Brasil, verificaram que Alemanha e Reino Unido, por exemplo, criaram ou reforçaram fundos de investimento em empresas inovadoras a fim de garantir o fôlego financeiro necessário para que elas atravessem esse momento.

Impactos na operação dos negócios

Os resultados desse esforço são avidamente aguardados pelos segmentos que estão na expectativa de soluções inovadoras para vencer os seus novos desafios. Setores da economia mais afetados pela pandemia estão tendo que reinventar seus processos face aos novos protocolos de segurança e higiene. A propósito, veja no anexo a pesquisa do Banco BTG Pactual promovida para identificar o
impacto da Covid-19 em setores de atividade econômica e as mudanças de consumo dos brasileiros durante a quarentena;quem está em alta e quem está em baixa no período.

Um bom exemplo de baia pode ser o transporte aéreo de passageiros, uma das atividades mais afetadas por essa crise, que teve de alterar profundamente inúmeros processos para acolher seus passageiros, preservar o distanciamento físico entre os viajantes e outras exigências dessa natureza. Percentualmente, só no Brasil, o número de voos caiu 90% desde o começo da pandemia (Revista Veja, 13/05/2020).

Foram implementados cuidados que se iniciam em terra, com medidas para preservar o distanciamento entre os viajantes nas áreas de atendimento e embarque. Dentro dos aviões, os novos protocolos impõem reforço na higienização, com o uso de mais desinfetantes, aumento da filtragem do ar e uma distribuição na ocupação dos assentos evitando que os passageiros fiquem próximos (o que é a parte mais simples, hoje, face à pequena procura do serviço). Além disso, agora os viajantes vêm sendo obrigados a usar máscara — algo que havia sido determinado antes apenas para a tripulação.


Impactos nos resultados

Tudo o que foi acima mencionado relativamente ao transporte aéreo, pode ser de certa forma aplicado a outros tipos de transporte. Chegando, na ponta dessa estrutura, aos transportes coletivos urbanos, que operam com grande massa de passageiros, as restrições, cuidados e custos da operação, face aos novos protocolos de segurança e higiene, devem ser proporcionalmente maiores, na  medida em que a redução de público não é tão drástica e a frequência de circulação é bem maior que nos demais meios de transporte.

Neste setor especificamente, além daquilo que os laboratórios de pesquisas podem fazer com tecnologia e produtos mais eficazes, de menor custo e melhor aproveitamento, tem importância decisiva a ação das próprias empresas com análises técnicas e a implementação de processos mais efetivos, visando ao melhor aproveitamento dos recursos tecnológicos, materiais e humanos combinados, como estão fazendo as companhias aéreas, a fim de que os custos sejam administrados em níveis suportáveis.

Porque não haverá retorno aos antigos padrões de higiene e segurança para condutores e passageiros.

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