Observatório JB traz nesta postagem análise de artigos e casos sobre empresas que, diante da crise do covid-19, tiveram que decidir entre a realização de mudanças bruscas ou a desaceleração do ritmo com rápido processo de análise e tomada de decisões. A chave do sucesso para a escolha certa é a existência de informações confiáveis sobre o negócio para apoiar a rápida tomada de decisões.
Tempo aproximado de leitura: 7 minutos
O início
Quando a pandemia
do covid-19 entrou em cena no início de 2020 as empresas, principalmente as
menores, tiveram que enfrentar mudanças dramáticas dos mercados e a agilidade
estratégica tornou-se decisiva para os negócios.
Inúmeros
especialistas defendiam ajustes rápidos com cortes profundos conjugados a mudanças
para novos mercados e modelos de negócios alternativos.
Contudo, há
notícias de empresas em segmentos seriamente atingidos, que evitaram fazer ações
drásticas de imediato e mantiveram seus modelos de negócios e suas equipes operando, apenas fazendo ajustes sucessivos no seu curso.
Na primeira perspectiva
a decisão visava a transformar
rápida e plenamente o negócio e, na outra, a determinação foi desacelerar, observar os dados e atacar os pontos
de menor resistência.
Entretanto, em
nenhum dos casos de sucesso, independentemente da linha de conduta, os
negócios ficaram ao sabor do mercado ou foram parar na situação final por
consequência da falta de ação. Foram
pontos em comum, em ambas as situações: a existência de informações confiáveis
para análise e a disposição para um rápido posicionamento estratégico.
2. Discutir e decidir com presteza
quanto ao encerramento de linhas, cortes de despesas, produtos e/ou mudança de ênfase nos negócios
com base em informações que permitam projeções confiáveis.
Exemplo de caso colhido em trabalho
da InfoMoney publicado em agosto, corrobora essa percepção e ilustra
ações de agilidade e negociação com fornecedores na gestão da crise, a partir
do depoimento de empresários (a
seguir).
Hamburgueria
Cabana, de São Paulo – “Fizemos um
controle de custos violento rapidamente. Negociamos com todos os fornecedores
prazos e condições e reduzimos ao máximo as despesas. Fizemos também adequações
operacionais, como redução e nova gestão do estoque. Essa reorganização
rápida em todas as unidades ajudou na retomada. Hoje o Cabana fatura 30% menos
do que antes da crise” ... “Chegamos a ficar com um faturamento 70% menor. Então,
aos poucos a situação está progredindo”...
A empresa pretende inaugurar nos
próximos 40 dias duas novas unidades, uma em Campinas, no interior de São
Paulo, e outra em Niterói, no Rio de Janeiro.
Por outro lado, ainda com base no artigo da
HBR a condução no caminho para as decisões de desacelerar o ritmo precisam passar por
alguns passos, a saber:
futuro ainda é válida: pesquisando; ouvindo clientes; observando resultados do mercado; e
acompanhando o resultado das medidas tomadas por concorrentes.
2. Planejar cortes evitando reduções
drásticas na força de trabalho e priorizar: aproveitamento da queda nos preços
para renegociar aluguéis e contratos com fornecedores; realização de cortes
marginais nas despesas com folha de pagamento, principalmente por meio da gestão
de desempenho, em vez de dispensas ou licenças.
3. Fazer,
todo o tempo, análise de novos
dados disponíveis: mercados similares; pesquisas de emprego; estudos de outros
setores da cadeia produtiva, para ver como eles estavam sendo impactados.
4. Preparar
a empresa internamente, analisando não
apenas os pontos fracos da concorrência, mas também os seus próprios:
observando possibilidades de choques e rupturas no segmento; simulando ações e
respostas ou resultados decorrentes; tomando as providências corretivas
necessárias para prosseguir com êxito.
Exemplo de caso
colhido no artigo da HBR, publicado neste mês:
X24 Factory, operadora
de mercados online europeus de móveis para casa, com sede em Berlim, segundo
depoimento do seu CEO - A empresa evitou mudanças bruscas, mas os
empreendedores não deixaram de correr a uma velocidade vertiginosa. Quando os
mercados começaram a derreter, em vez de pisar no freio, reduziram a marcha
para ouvir os clientes, rastrear o mercado, conservar recursos e aumentar sua
capacidade de mudar de direção, se necessário”...
E pela primeira vez desde a fundação, a X24 Factory é significativamente
lucrativa”, comentou o CEO da empresa.
O que se aprende
A lição em todos
esses exemplos é que, quando surge uma crise, vale a pena resistir a reações
automáticas sobre como lidar com choques externos e perguntar o que
funcionará melhor para sua empresa, com base nas realidades específicas de seu
negócio. Ignorar o manual de mudanças bruscas e acrescentar análise
combinada com a articulação estratégica pode ser uma jogada inteligente.
Mas, sobretudo, é
fundamental que a direção da empresa possua informações confiáveis para análise e disposição
para um rápido posicionamento estratégico.
O que significa dizer
que as informações sobre o negócio são o primeiro ponto porque, sem elas, a tomada
de decisões fica completamente prejudicada.
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