Observatório JB traz, nesta postagem,
informações e comentários sobre matéria publicada recentemente pelo portal da
BBC, que aborda como alguns gigantes da tecnologia estão se posicionando diante
do trabalho remoto como estratégia de futuro para a organização das equipes.
Como essas corporações estão na vanguarda da inovação, suas
iniciativas articulando gestão de pessoas e de tecnologia funcionam
como um referencial para as empresas que querem operar com modelos de
organização mais ágeis e produtivos.
Tempo aproximado de leitura: 8 minutos
O clima de grande expectativa se
dá porque essas são corporações na vanguarda da inovação e
também por terem se tornado referenciais em ações que dependem
de articulação entre gestão de pessoas e de tecnologia, nos quais se baseiam as
empresas que pretendem operar com modelos mais ágeis e produtivos em
sua organização.
Passado o momento de adaptação e encantamento com o trabalho remoto em tempos de pandemia,
os caminhos futuros parecem contrariar muito do que
ouvimos no ano passado, de executivos de empresas inovadoras,
quando eles defenderam as virtudes do trabalho remoto - alguns afirmando que a
opção por trabalhar em casa ficaria para sempre.
Nessa linha, o citado
artigo da BBC indica algumas estratégias em desenvolvimento - e outras até em
discussão - que dão uma certa perspectiva de como estão sendo gestadas as
opções de formato do trabalho a ser praticado em um futuro próximo, como por
exemplo:
Todos atentos aos líderes da tecnologia.
Google - sua previsão é de que, a partir de 1º de
setembro, aqueles que desejarem trabalhar em casa por mais de 14 dias terão que
enviar um pedido formal. Todos já foram comunicados do fato, sendo esta data
uma antecipação do do calendário de retorno ao escritório anteriormente
previsto.
Além disso, apesar da flexibilidade até agora vista, o mesmo comunicado indica
que os empregados "vivam a uma distância que os permita se deslocar"
até aos escritórios. Ou seja, pode haver mais flexibilidade do que antes
da pandemia, mas a maioria das pessoas deverá estar pronta para ir ao
escritório quando necessário.
Twitter - no início da pandemia seus principais
executivos especulavam que o "novo normal", para empresas
similares, teria uma força de trabalho altamente orientada para o modo
remoto, com apenas uma equipe mínima no escritório. Hoje, as declarações estão
cada vez mais distantes disso, deixando claro que isso não vai acontecer.
Se há alguma dúvida é só olharmos as declarações
recentes da empresa, dizendo esperar que a maioria de seus funcionários
passe "algum tempo trabalhando em casa e algum tempo no escritório",
o que já passa a ser chamado de trabalho "flexível" ou
"híbrido".
Amazon - vem se comunicando com suas equipes em um contexto mais gradativo e menos incisivo, com mensagens como, por exemplo, "...nosso plano é retornar a uma cultura centrada no escritório como padrão. Acreditamos que isso nos permite inventar, colaborar e aprender juntos de forma mais eficaz." Mas está claro que também não está decretando que chegou a era do trabalho em casa.
Spotify -
vem adotando um outro modelo, que poderia ser chamado de participativo na
medida em que seu discurso se refere à combinação dos modos de trabalho em
casa e no escritório e permite inferir que isso é uma decisão que cada
trabalhador e seu gerente tomam juntos.
Ainda assim, seus executivos também admitem que "... provavelmente haverá
alguns ajustes a serem feitos ao longo do caminho."
Facebook - tem sido econômico nas palavras sobre as decisões que está preparando a respeito do assunto. Segundo dirigentes consultados, tudo ainda está em discussão e a cúpula ainda não foi capaz de descobrir como seriam os melhores modelos para conciliar trabalho em casa e no escritório, assim como, admite, "... estamos inventando à medida que avançamos."
IBM -
A gigante pronunciou-se há algumas semanas, anunciando a sua proposta de
sistema de trabalho remoto, com 80% da força de trabalho trabalhando pelo menos
três dias por semana no escritório. Aqui temos, pelo menos como mote da
decisão, outra perspectiva: carreiras (o que faz sentido dentro do tamanho e da
cultura - o jeito IBM de ser).
Disse o CEO da IBM: "Quando as pessoas trabalham remotamente, fico
preocupado com a trajetória de suas carreiras". E arrematou: "Se eles
querem se tornar gerentes, se eles querem ter mais e mais responsabilidades ou
se eles querem construir uma cultura dentro de suas equipes, como faremos isso
remotamente?"
É mais uma perspectiva.
Como será a proporção do trabalho em casa e no escritório no futuro próximo?
Analisando este cenário vale dizer que algumas
definições mais claras ainda estão pendentes,
como por exemplo conceituar o limite de flexibilidade aceito, ou que
percentual do tempo significa "trabalhar em casa parte do tempo".
É possível também observar, apesar de muitos trabalhadores desejarem modelos com maior flexibilidade, que ainda não está totalmente claro que tipo de modelo é mais efetivo para o desempenho das empresas. Simplesmente porque não há massa crítica suficiente sobre a vivência dessa situação, haja vista a sua aplicação em grande escala ter direta relação com as restrições da pandemia covid-19, as quais, em algum momento futuro, vão ser alteradas.
Observação importante, conforme antecipado neste Blog em publicações anteriores, dá conta de que especialistas já consideram que a possibilidade de oferecer a opção pelo trabalho remoto é uma grande diferencial para atrair e reter talentos.
O que define um outro limite a ser considerado,
porque, agora que muitas pessoas se acostumaram ao trabalho remoto - e
gostaram, nenhuma empresa de ponta deseja perder talentos para rivais que lhes
permitam trabalhar com mais flexibilidade.
O artigo da BBC conclui suas análises lançando algumas questões com ares de desafio, ao afirmar:
· "Trabalhar em casa quando não há
escritório aberto é uma coisa. Mas o trabalho remoto será realmente posto à
prova quando os escritórios começarem a abrir com, digamos, 50% da
capacidade.".
· "Quando as reuniões forem
realizadas parcialmente pessoalmente e parcialmente pelo Zoom, a dinâmica
funcionará também?".
· "E quando alguns membros da
equipe lidarem com os gerentes cara a cara, os trabalhadores remotos se
sentirão em desvantagem?".
Para gestores de olho no futuro, já é hora de
pensar no assunto.
A conferir, em próximas postagens.
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