Observatório JB apresenta esta postagem com um fio condutor entre gestão, liderança e competências para obter melhoria constante de performance nas equipes. Com uma passagem por estudo da Harvard Business Review, conceitual, baseado em pesquisas e indicando pontos relevantes a considerar na prática de feedback e orientações básicas para abordagens sobre o desempenho individual com padrões e metas de resultados bem definidos para aferição.
Tempo aproximado de leitura: 8 minutos
Gestão é para gestores
Quando se aborda o tema, é sempre útil relembrar que uma das principais competências para quem exerce atividades de gestão é o exercício da liderança.
Para
muitos especialistas esta é mesmo a principal competência.
O que se
comprova ao verificarmos a mais clássica das definições de liderança, carregada
de ênfase em: “obter resultados por intermédio do trabalho de pessoas”.
E por conta
disso muito se desenvolveu em teorias, técnicas e pesquisas, no sentido de
disponibilizar instrumentos para que os gestores identifiquem suas necessidades
de aperfeiçoamento e exercitem o desenvolvimento de melhores padrões de
performance.
A questão não
é pacífica por si só. Tanto assim que trabalho publicado na
Harvard Business Review afirmava o seguinte sobre um dos instrumentos mais valorizados nessa relação entre líder e liderado: o feedback.
“O debate sobre o feedback no trabalho não é novo. Desde
pelo menos meados do século passado, a questão de como fazer os funcionários
melhorarem gerou muitas opiniões e pesquisas. Mas recentemente a discussão
ganhou nova intensidade. (...) A busca por maneiras de dar e receber
melhor feedback pressupõe que o feedback seja sempre útil. Mas a única
razão pela qual estamos buscando isso é para ajudar as pessoas a fazer melhor. E
quando examinamos isso - perguntando: Como podemos ajudar cada
pessoa a ter sucesso e se destacar? - descobrimos que as respostas nos
levam a uma direção diferente.”
Abordagem alternativa
Com base em análises de comportamento e pesquisas de campo os especialistas de Harvard* concluíram que, na prática corporativa, "o feedback é sobre dizer às pessoas o que pensamos de seu desempenho e como elas deveriam fazer melhor - seja conduzindo uma apresentação eficaz, liderando uma equipe ou criando uma estratégia. E sobre isso, concluem, o resultado da pesquisa é claro: essa condução atrapalha o aprendizado.
Ao invés de | Experimentar |
Posso
te dar algum feedback? | Aqui
está minha reação. |
Bom
trabalho! | Aqui
estão três coisas que realmente funcionaram para mim. O que se passava
em sua mente quando você os fez? |
Aqui
está o que você deve fazer. | Aqui
está o que eu faria. |
É
aqui que você precisa melhorar. | Aqui
está o que funcionou melhor para mim e por quê. |
Isso
realmente não funcionou. | Quando
você fez x , senti y ou não entendi. |
Você
precisa melhorar suas habilidades de comunicação. | Aqui
é exatamente onde você começou a me perder. |
Você
precisa ser mais responsivo. | Quando
não tenho notícias suas, fico preocupado porque não estamos na mesma página. |
Você
não tem pensamento estratégico. | Estou
lutando para entender seu plano. |
Você
deve fazer x (em resposta a um pedido de conselho). | O
que você acha que está lutando contra, e o que você fez no passado que
funcionou em uma situação semelhante? |
Este é um dos produtos decorrentes da extensa pesquisa efetuada e, por conta disso, a publicação nos diz que, “na melhor das hipóteses, esse fetiche com feedback é bom apenas para corrigir erros - nos raros casos em que as etapas certas são conhecidas e podem ser avaliadas objetivamente.”
Necessidades básicas
Para estes, com
necessidades básicas, algumas recomendações – também -
básicas podem ajudar a um melhor posicionamento. E a uma prática mais segura.
- Promova essas conversas em um clima
de clareza, abertura e, principalmente, de confiança mútua. Afinal,
ambos são membros de uma mesma equipe e a performance do time deve ser de
interesse comum.
- Construa um roteiro básico
que oriente a condução da reunião, inclusive considerando a necessidade de
um “quebra gelo” para diminuir as tensões.
- Faça, ao início do encontro, um sumário
sobre o propósito e os resultados a serem obtidos, a fim de alinhar as
expectativas desde o começo.
- Prepare-se para fazer algumas anotações
pois elas ajudam a registrar o que foi ajustado e, ao final, a alinhar
pontos a serem firmados e acompanhados.
- Fortaleça a sua argumentação com
fatos, citando exemplos objetivos retirados do dia a dia e da
observações de desempenhos: positivos
ou não.
- Termine o encontro com
observações que sejam positivas, estimulantes, amistosas e,
sobretudo, sinceras quanto ao desempenho individual.
- Não esqueça que esta competência
só é adquirida com a prática. Portanto, pratique para aperfeiçoar.
Em aberto
Com muita
propriedade o artigo é concluído citando que nós, humanos, não agimos bem
quando alguém cujas intenções não são claras nos diz como estamos, quão bons
nós “realmente” somos e o que devemos fazer para nos consertar.
Nós nos motivamos
à mudança apenas quando as pessoas que nos conhecem e se preocupam conosco nos
dizem o que vivenciam e o que sentem e, em particular, quando veem algo dentro
de nós que realmente funciona.
* Tenha acesso
ao artigo na HBR na íntegra em: https://hbr.org/2019/03/the-feedback-fallacy
Informações detalhadas, pedido de reunião ou interesse em temas afins: contato@jbconsul.com.br
ou (21) 9999-52440 (também no WhatsApp)
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