quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Transformações digitais - onde afetam as pequenas e médias empresas

 Observatório JB apresenta nesta postagem a seleção de alguns comentários e recomendações de artigo da Harvard Business Review do mês de agosto*, importantes para a gestão de pequenas e médias empresas. Eles demonstram como a revolução decorrente da transformação digital pode fazer com que concorrentes que usam a velocidade como vantagem competitiva, inclusive empresas de grande porte, representem ameaças reais às pequenas e médias, que até então se diferenciavam pela agilidade na análise e tomada de decisões. 

Tempo aproximado de leitura:  8 minutos 

Temos um problema

A transformação digital é um tema atual e cada vez mais crítico para as empresas. Mas a sua adoção na intimidade dos processos e projetos de negócio ou de apoio nem sempre ocorre adequadamente ou oportunamente no ambiente corporativo, mais especificamente nas pequenas e médias empresas.

Não por falta do conhecimento, que hoje é fartamente distribuído e disponibilizado pelos diversos meios em que há divulgação. Mas porque a maioria dos líderes não alcança plenamente o escopo completo do que isso significa ou, face a alguma resistência interna, permanece vinculado apenas às atitudes e práticas tradicionais de gestão. E não aplica os conceitos e estratégias digitais.

O artigo menciona que, conforme dizem executivos de tecnologia “transformação digital não é apenas 'fazer digital'. A transformação digital é um reposicionamento estratégico deliberado dos negócios de uma pessoa na economia digital de hoje.” 

Segundo essa perspectiva, independentemente do tamanho, as empresas não podem mais usar ferramentas digitais para simplesmente aprimorar e apoiar os métodos tradicionais de fazer negócios. Apesar disso, afirma o artigo, a maioria dos líderes dessas empresas menores já fez investimentos digitais significativos para apoiar seus negócios operacionalmente, mas deixaram de investir em ferramentas e de avaliação e controle de resultados (indicadores de desempenho que são críticos para o funcionamento do negócio). 

Em essência o que está em jogo é:
(1) incorporar novos métodos para análise de cenários, estratégias e resultados;
(2) mudar a forma como a organização toma decisões.
 

Um dos diferenciais de pequenas e médias empresas era a velocidade para tomar e implementar decisões estratégicas, em uma dinâmica que os concorrentes maiores não podiam superar.

Pesquisa em campo

Estudo de Oxford Economics de abril de 2020, identificou um sentimento de despreparo entre 2.000 pequenas e médias empresas pesquisadas em 19 países. 

Conforme uma das conclusões do trabalho:

“Aproximadamente metade dos participantes relatou que a pandemia trouxe uma série de interrupções operacionais e volatilidade ao mercado que desafiou sua capacidade de servir os clientes de forma confiável, envolver os funcionários de forma autêntica e construir a confiança de seus parceiros. 

Embora isso possa não ser totalmente surpreendente, mais revelador foi como eles viam seu acesso a insights baseados em dados para apoiar seus objetivos e esforços de transformação digital. Menos de 40% disseram ter todos os dados necessários para apoiar a tomada de decisão baseada em análises. Lacunas na coleta e análise de dados dificultam a capacidade das pequenas e médias empresas de oferecer aos clientes conexões personalizadas. “

Isto demonstra - pela ausência de informações objetivas para tomada de decisões – a ausência de experiência ou de um especialista de dados para ajudar a desenvolver uma estratégia de inteligência de negócios para atender às suas metas, aumentar a lucratividade e impulsionar o sucesso.

Esta ausência – a pesquisa identifica - impede que “seus dados estejam em boa forma para acelerar a solução de problemas e o crescimento dos negócios“; e impede que  as métricas de desempenho sejam priorizadas de forma rápida e fácil, o que proporcionaria aceleração da tomada de decisão para tempo real ou muito próximo disso.

Estudo de Oxford Economics de abril de 2020, identificou um sentimento de despreparo entre 2.000 pequenas e médias empresas pesquisadas em 19 países, dentro do atual contexto. 

A transformação

Partindo de experiência e observações combinadas, indicando que mudar é sempre mais difícil no topo, a equipe de pesquisa evidenciou que nem todos os líderes estão interessados ​​ou dispostos a se transformar em um líder digital. 

Eles serão bem-sucedidos se tratarem dados e análises como um ativo, criarem valor de negócios, aumentarem o compartilhamento de dados e garantirem que a tomada de decisões de sua organização seja conduzida por dados. 

Para que essas coisas realmente aconteçam, toda a sua equipe de liderança deve se alinhar e apoiá-los e desempenhar um papel ativo para garantir seu sucesso. Ao longo do processo, cada um deles também aprenderá como ser um líder digital habilitado para análise.

No entanto, afirmam os autores, nem todos os líderes estão interessados ​​ou dispostos a ser um líder digital. 

Na linha de propor alternativas para uma ação mais efetiva o artigo propõe o que chama de “o exercício de ambidestria”, que significa a utilização alternativa ou combinada de recursos anuais ou digitais de acordo com a sua melhor efetividade.

É produzido então o quadro comparativo a seguir, para ilustrar os processos de pensamento estratégico típicos dos líderes de hoje, em cada perfil.

Elementos de marketing padrão para ajudar os líderes a posicionar estrategicamente seus negócios

O que os líderes de uma empresa analógica pensam sobre

O que pensam os líderes de uma empresa digital

O que pensam os líderes empresariais ambidestros

PRODUTOS

O que podemos vender, em que volume, que rende mais dinheiro?

Como criamos valor para nossos clientes?

Como podemos reimaginar cada um de nossos negócios a partir de uma perspectiva verdadeiramente centrada no cliente e determinar quais análogos podem ser explorados e quais digitais devem ser explorados?

PREÇO

Qual é o ponto de preço mais alto que os clientes pagarão; como ele se compara à competição?

Como podemos capturar valor para nosso ecossistema e compartilhar valor com nossos parceiros de negócios estratégicos?

Antes de mergulhar profundamente neste tópico importante, como nosso balanço patrimonial muda ao repensar a estratégia, a cultura, o talento e os modelos operacionais para dar suporte a um modelo de negócios híbrido?

PROMOÇÃO

Quem é nosso cliente? Qual é a nossa mensagem? Onde podemos alcançá-los?

Como podemos agregar valor à comunidade e otimizar os efeitos da rede?

Antes de mergulhar fundo aqui, certifique-se de que a criação de valor para os clientes e o poder das parcerias estratégicas  sejam claramente compreendidos para analógico e digital e, em particular, defina os clientes que valorizam ambos.

LUGAR, COLOCAR

Onde queremos vender nossos produtos e / ou serviços?

Como podemos escalar para servir o mundo?

Antes de mergulhar fundo aqui, entenda a criação de valor e o poder das parcerias estratégicas para negócios analógicos e digitais e, em particular, como definir os clientes que valorizam ambos. Quando a localização é relevante e para quem?

PESSOAS

Que modelo de atendimento ao cliente precisamos para satisfazer nossos clientes?

Como podemos alavancar nossa cultura e talento para promover o valor vitalício de nossos clientes? Que valor podemos agregar à nossa comunidade?

Quais  habilidades e  talentos  (existentes ou por meio de recrutamento) são necessários para o futuro sucesso sustentável como um negócio híbrido? Que lacunas de talentos nós temos? Quais são as nossas estratégias de contratação e aprendizagem de talentos para corrigir isso?

PROCESSOS

Como podemos fabricar e entregar nossos produtos e / ou serviços da maneira mais eficiente e econômica?

Qual plano técnico de arquitetura, estratégia de dados e experiências precisamos para criar, capturar, compartilhar e entregar valor aos nossos clientes?

Como podemos desbloquear e alavancar nossos dados  para impulsionar a inovação contínua e ciclos de vida de melhoria para negócios analógicos e digitais?

EVIDÊNCIA FÍSICA

Qual produto físico nosso cliente recebe?

Como nossos clientes definem valor tangível e intangível?

Como definimos isso, agora como um negócio híbrido?

Agora, mais do que nunca, é importante reconhecer que os concorrentes digitais usam a velocidade como vantagem competitiva.

A vida prática

A primeira sugestão dada ao empresário leitor é reservar um tempo para entender essas perspectivas e definir onde sua empresa se encaixa neste contexto. Isso pode ajudá-lo a estabelecer um ponto de partida para melhorar seu trabalho e transformar sua organização em um negócio digital para o sucesso atual e futuro.

A segunda orientação, de natureza eminentemente prática, sugere que, para manter o sucesso sustentável da empresa, a sua direção  incorpore como prioridade a responsabilidade de transformar o modelo atual do seu negócio antes que outra empresa, ou o mercado, faça isso.

Como modelo atual estamos falando de uma organização composta por líderes com experiência analógica, que geralmente são focados no produto, movidos por lucros e constantemente cientes das forças externas - especialmente de seus concorrentes.

No novo modelo cresce a presença de líderes com experiência digital que são focados no cliente, impulsionados pela entrega de valor por meio da tecnologia e constantemente criam parcerias estratégicas para aumentar seu ecossistema (e sua influência no mercado).

E ao artigo estimula: Para evitar essa armadilha e garantir o sucesso sustentável, não espere. Seja deliberado.”

A saída recomendada é exercer uma liderança “ambidestra”, que seja um híbrido de ambas as abordagens citadas e permita à empresa manter-se competitiva nos seus principais mercados atuais e, ao mesmo tempo, viabilizar avançar em novos espaços. 

E quais as principais decisões para alcançar este estágio?

  1. Entender que o conhecimento especializado em análise de negócios na equipe de liderança é decisivo. Incorporando-o à direção.
  2. Agir para mudar a forma como a organização toma decisões.

O que significa aproveitar o melhor dos seus pontos fortes e agregar novas abordagens, combinando estratégias de defesa com ações de natureza ofensiva: fortalecendo posições e planejando ganhos de mercado.

*Para acessar o artigo na íntegra:

Informações detalhadas, pedido de reunião ou interesse em temas afins: contato@jbconsul.com.br  

ou  (21) 9999-52440 (também no WhatsApp)

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