sexta-feira, 30 de julho de 2021

Liderança e equipes na solução de problemas

Observatório JB traz nesta postagem comentários, exemplos e referências sobre ações empreendedoras e de liderança, voltadas à solução de problemas e ao desenvolvimento de ações de melhoria com a participação das equipes, produzindo impactos positivos nos resultados das empresas. O que nos dias atuais pode ajudar a atender uma boa parte da demanda na busca de melhorar as estratégias, processos de trabalho e, em consequência, resultados.

Tempo aproximado de leitura:  5 minutos 

Boas ideias: realidade e fantasia

Há algum tempo, em artigo da revista Exame, empreendedores de pequenas e médias empresas em crescimento contaram como tiveram inspiração para começar um novo negócio, aumentar as vendas, visualizar oportunidades em seus mercados e resolver problemas de gestão.

Comparando os relatos é possível identificar alguns pontos em comum nos casos de sucesso: são bastante simples; representam um passo decisivo em momentos críticos dos negócios, e são prontamente disseminadas pelos empreendedores em toda a empresa.

Além disso, está sempre presente um dado relevante, importantíssimo quando se fala em quebrar paradigmas e fantasias sobre a inovação e a criação de boas ideias: elas não vieram de um estalo, de um lampejo criativo, de uma espécie de estado de graça empreendedora que muita gente ainda imagina existir.

O que houve foi ação de liderança e trabalho em equipe. 

"Quem pretende estar no mercado amanhã, não pode continuar a fazer o trabalho de hoje com os métodos de ontem”. (Jack Welch)

Inspiração e transpiração

Segundo os depoimentos confirmam, as fontes de boas ideias existem em locais, tempos e circunstâncias diferentes, que frequentemente tem relação direta com a história de vida ou o modo de ver o mundo de cada pessoa. Itens como vivência pessoal, observação, aperfeiçoamento da ideia de outra pessoa (ou empresa) e até mesmo erros anteriores, podem ser ponto de referência para alavancar a criatividade nos negócios.

Embora o assunto tenha sido dirigido a pequenas e médias empresas é certo que as observações feitas são úteis para empreendimentos de qualquer porte e, até mesmo, para a nossa vida pessoal.

Vejamos, então, algumas delas, que podem ser praticadas no modo presencial ou on-line.

1. Uma pequena ideia todo dia, como ginástica. Propor à equipe melhorar diariamente um aspecto de seu trabalho. Reuniões periódicas nas quais cada um conta aos colegas as iniciativas que deram mais resultado, disseminam as melhores ideias e ajudam a gerar outras.

2.  Razão e intuição se completam na rotina diária. Formam-se dois grupos - o dos racionais e o dos intuitivos. Os primeiros se concentram em ideias lógicas e práticas. Para os intuitivos, pede-se que tragam soluções pouco convencionais. Ao final, as ideias são analisadas em conjunto e aperfeiçoadas.

3. Metas com prazo para cumprir. Thomas Edison estabelecia para si a meta de ter uma pequena invenção a cada dez dias e um grande invento a cada seis meses. Para começar, pode-se estabelecer, por exemplo, que cada funcionário faça uma sugestão por semana.

4.Mudança de atitude quando algo dá errado. Em vez de investir tempo entendendo por que algo não funcionou direito, a proposta é perguntar às pessoas o que elas pensam que deve ser feito para que aquilo que hoje está dando errado passe a funcionar corretamente.

5. Pontos de vista de fora são bem-vindos. Jonas Salk, criador da vacina contra a poliomielite, ouvia “palpites” de leigos e dizia que, deles, vinham ótimas ideias. Na empresa, colegas de outro departamento, clientes, fornecedores e outras pessoas podem enriquecer uma discussão empacada. 

Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia” (W. E. Deming)

Impactos da liderança bem exercida

Os depoimentos são concluídos com observações dos empresários abordando aspectos que passaram a ser identificados nas equipes, que poderiam constar em qualquer manual de liderança de alto desempenho.

1.  Habilidades para usar a própria inteligência emocional e a do grupo.

2.  Forte empatia.

3.  Visão abrangente e inspiradora.

4.  Entusiasmo na defesa das boas ideias e coragem para rejeitar as más assim      que surgirem.

5.   Respeito às dificuldades dos membros da equipe.

Para concluir fica a lembrança de que, muito além dessas referências, úteis como ponto de partida, cabe às lideranças identificar dentro das suas próprias características a linha de menor resistência para produzir ideias e identificar pessoas, lugares, situações, temas, etc. que possam ser úteis ao seu processo criativo.

Porque em tempos de grandes quantidades de informações a serem tratadas, de comunicações velozes e muitos interlocutores, internos e externos à empresa, mais do que nunca é importante conhecer e principalmente praticar o trabalho em equipe.

Algo aparentemente fácil quando vemos funcionar bem, mas que infelizmente é muito menos praticado do que deveria ser.

Seja no modo presencial ou on-line.

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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Planejamento - um processo dinâmico

 Observatório JB traz nesta postagem comentários e exemplos sobre o comportamento corporativo diante do planejamento em algumas empresas, comentários sobre as características dinâmicas com que deve ser conduzido o seu processo e orientações para a sua inclusão e aplicação na rotina da gestão empresarial.

Tempo aproximado de leitura:  6 minutos

Um equívoco frequentemente cometido nas empresas é a percepção de que o trabalho no processo de planejamento é algo à parte da “vida real” da organização.

O Planejamento é uma atividade dinâmica no âmbito da gestão Empresarial. O que significa que deve ser tratado na empresa como processo organizacional contínuo e, os planos dele decorrentes, utilizados como referenciais para o direcionamento de todas as atividades corporativas.

Assim sendo, deixa de ser um evento ocasional e isolado para se transformar numa prática organizacional contínua e permanente para os seus vários níveis de decisão. Como é a perspectiva correta. 

O planejamento, como processo dinâmico, deve envolver uma mobilização das lideranças para a sua elaboração e um posterior desdobramento para o comprometimento das equipes.

Planejamento é vida real

Na rotina da gestão empresarial é importante que, com o acompanhamento e avaliação dos resultados obtidos, sejam feitas atualizações periódicas no produto do planejamento. Dando uma dinâmica adequada às revisões estratégicas e utilizando como suporte um fluxo contínuo e atualizado de informações sobre os ambientes externo e interno, que assegure condições para a avaliação permanente das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças já consideradas.

No planejamento, como em todos os processos organizacionais, é fundamental aplicar sistematicamente o ciclo da melhoria contínua (PDCA), colocando esta ação organizacional básica num patamar adequado para utilização rotineira na gestão da empresa.

O processo de planejamento como um todo, considerando a sua organização, execução e acompanhamento deve ter uma mobilização das lideranças, tanto na elaboração quanto em ações de desdobramento, para levar os planos ao conhecimento de todos e promover o comprometimento das equipes.

Ações com este princípio produzem um movimento organizacional de integração e comprometimento, resultado evidente da atividade dinâmica do planejamento.

O processo eficaz de planejamento é contínuo, sistematicamente revisto, ajustado sempre que necessário e tem função integradora entre os diversos instrumentos de administração de negócios.

Sua presença viva no dia-a-dia da empresa representa uma garantia para  que as decisões assumidas estejam alinhadas com os referenciais estratégicos fixados na formulação dos planos. 

Indicadores de performance permitem que os desvios sejam identificados e as necessárias correções de rumo tomadas no tempo adequado.

Planejando e medindo resultados 

Esta presença viva na gestão permite medir o alcance das metas planejadas com a utilização de indicadores de performance, a fim de que os desvios sejam identificados e as necessárias correções de rumo tomadas no tempo adequado.

A abordagem do Planejamento Empresarial como instrumento dinâmico é coerente com o princípio de que as organizações, como um todo, estão permanentemente em processo de aprendizagem e voltadas a absorver e praticar metodologias e tecnologias que viabilizem o seu sucesso em termos de resultados, crescimento e perpetuação no respectivo campo de atuação.

Dirigir uma empresa sem considerar um planejamento como referência é tão imprudente quanto, nos dias de hoje, sair de casa sem previamente consultar (por exemplo, no Google) como está o trânsito no caminho que será percorrido até o destino pretendido.

O risco evidente é de encontrar-se, subitamente, em uma situação complicada ou bloqueada de trânsito, vendo o tempo correr, sem ter como alcançar o objetivo pretendido por não ter previamente identificado rotas alternativas.

Porque, como já se diz há muito tempo: "para barco sem rumo não há vento favorável".

E para empresas sem planos, também.


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quarta-feira, 14 de julho de 2021

Administrando prioridades e expectativas

 Observatório JB traz nesta postagem conceitos e orientações úteis de comportamento, que vão além da simples administração do tempo, com base em premissas e práticas da psicologia com impacto direto na produtividade e, por acréscimo, nas condições de saúde física, emocional e mental.

Tempo aproximado de leitura:  6 minutos

Lembrete inicial para quem tem grande dificuldade em dizer “não”. Grave bem esta informação: ninguém veio a este mundo para atender expectativas de outra pessoa (ou pessoas).

Esta afirmativa está contida em um poema de Fritz Perls*, muito conhecido no ambiente da psicologia – psicoterapêutico em especial - e pode ser amenizada em seus aspectos aparentemente mais individualistas ao considerarmos a importância da reciprocidade, da comunhão de interesses e outros aspectos típicos das relações construtivas, adultas e igualitárias.

Vida dura

Na família, na empresa ou em outros relacionamentos, quando nos vem à mente a imagem de alguém tentando assumir todos os encargos que passam pela sua frente, por conta de agradar ou atender aos demandantes ou pelo receio de que as pessoas fiquem aborrecidas ao não terem suas vontades satisfeitas, estamos diante de um indivíduo com caminho aberto para a exaustão, o sentimento de menos valia, a incapacidade de administrar o seu espaço de vida (mais grave que não administrar o seu tempo), o estresse e a depressão; além de um roteiro certo para o insucesso profissional.

Quando a pessoa exerce uma função de liderança, tudo fica pior porque  isso pode representar um fardo para a sua equipe. Porque ninguém consegue atender adequada, pronta e plenamente a todas as pessoas em todos os momentos.

Pessoas com essas dificuldades são conhecidas de todos, porque aceitam encargos em maior quantidade e complexidade do que suportam, encadeiam compromissos na sua agenda além da capacidade física e cronológica de atendê-los, realizam ou participam em alguma atividade fisicamente presentes no local do evento, mas “com a cabeça” em outro cenário.

Quase sempre estão atrasados, preocupados, desatentos e chegam ao final do dia - ou da semana - exaustos e com um enorme sentimento de incapacidade por não ter conseguido dar conta daquilo com o que se comprometeram.

Pessoas que aceitam encargos em maior quantidade e complexidade do que suportam, quase sempre estão atrasadas, preocupadas, desatentas e chegam ao final do dia exaustas.

Melhorando a situação

Vejamos então o que pode ser feito para diminuir ou eliminar essa dependência, no sentido de buscar o equilíbrio entre o demandado e o possível, o desejado e o razoável, o ótimo e o bom.

O primeiro passo é estabelecer um programa de melhoria no sentido de não assumir responsabilidades maiores ou em maior quantidade do que pode, preparando-se para o “momento da verdade” em que algo vai ser proposto ou pedido a você e suas prioridades já estarão lotadas.

O segundo passo, como sugere o nosso título, está no estabelecimento de prioridades; coisa que alguns de nós fazemos intuitivamente – não necessariamente sempre de forma produtiva – quando optamos por destinar o nosso tempo, a nossa atenção, a nossa energia, enfim, para determinada ação e não para outra; comparecer a um determinado compromisso e não a outro, etc.

E fixar prioridades significa, antes de tudo, definir as atividades por grau de relevância de acordo com o que deve ser o foco da sua atenção no trabalho, na família, nos grupos sociais, etc. 

Estabelecer prioridades é parte importante do planejamento de nossas próprias vidas.

Na prática

Como preparação para estes “momentos da verdade” estão listados a seguir 7 lembretes básicos como ponto de partida para que o seu trabalho de melhoria individual tenha êxito:

1.   Não adie a resposta. Vá direto ao ponto. “Não” antes é melhor que o “não” depois.

2.   Não invente desculpas ou mentiras. Justifique com evidências, se necessário.

3.   Use a expressão corporal para dizer “não” previamente à sua fala. Um gestual bem significativo fornece um forte indicador para diminuir o impacto do “não” verbalizado. Tenha em mente que praticamente 80% da comunicação é transmitida por intermédio da via não verbal e que, nessa linha, um gestual bem significativo aumenta em muito as chances de clareza na comunicação.

4.   Se você não quer ou não pode fazer algo, prometa (primeiro) a si mesmo não alterar a sua posição.

5.   Se for para negar a um superior (daqueles que mudam a prioridade a toda hora), exponha a sua lista de prioridades e deixe que ele resolva, alterando a ordem já estabelecida. Talvez ele passe a considerar a possibilidade de planejar melhor as suas atividades. Mas, mesmo que isso não ocorra, a sua atitude gera resultados.

6.   Querendo ser direto, mas light, diga algo como: “desculpe, mas tenho outras prioridades neste momento” ou “tenho tantos compromissos neste momento que não posso assumir mais nada”.

7.   Ao pedido de um colega ou subordinado para fazer algo por ele, uma boa alternativa é sugerir: “posso mostrar a você como fazer em vez de assumir isto neste momento”.

Alguém poderá lembrar: e as urgências? Não sejamos ingênuos ao ponto de assumir que será possível viver sem as urgências; afinal, em todas as atividades e em todos os momentos, elas fazem parte da vida e mesmo que tomemos as providências que nos cabem, nossos chefes, parentes, a empresa, o mercado, o governo, alguém, enfim, pode criar situações em que as urgências nos causem consequências e incômodos.

Mas como, felizmente, as urgências são eventos em minoria em nossa rotina de vida, se eliminarmos a possibilidade da ocorrência daquelas para as quais contribuímos - nosso erro de planejamento, nossa distração com uma atividade que não era importante para nós, nossa dificuldade em delegar ou compartilhar atividades que nos causam sobrecarga, por exemplo – o caminho já fica menos tenso e é possível voltar a falar em prioridades.

Que é onde deve ser mantido o foco.

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(*) Psicoterapeuta que desenvolveu a abordagem da psicologia chamada de Gestalt Terapia.




quinta-feira, 8 de julho de 2021

Retorno ao escritório - Nova dinâmica com novos processos

  Observatório JB traz nesta postagem sumário e análise dE interessante artigo publicado na HBR (Harvard Business Review)por Nikodem Szumilo Thomas Wiegelmann, neste mês*, enfocando o tema título. Um deles é professor de finanças e planejamento urbano em Londres e o outro é gestor de investimentos com foco em imóveis.  Essa combinação proporciona uma abordagem diferente daquela que tem sido usualmente difundida, pois agrega novos e importantes fatores para tomada de decisões.

Tempo aproximado de leitura:  9 minutos

A pandemia fez com que muitos profissionais fossem trabalhar em casa. À medida que emergimos da crise e as empresas mudam para arranjos de trabalho híbridos, além das motivações individuais, anseios por mudança, necessidades de interação em trabalho coletivo e ganhos de produtividade, suas estratégias devem reconsiderar o tamanho, a localização e o design dos seus escritórios. 

O que implica em levar em conta no projeto de retorno do pessoal às novas condições de trabalho - em geral no modelo híbrido - a execução de uma revisão detalhada dos processos, para incorporação dos novos requisitos de gestão, execução e performance, contemplando, além das novas funcionalidade, as necessidades de qualidade e produtividade dos produtos e serviços, a satisfação de trabalhadores e clientes e a simplificação das rotinas. 

E mantendo sempre como alvo a obtenção de melhores resultados para a empresa.

Nessa linha são apresentadas a seguir, algumas afirmativas e conclusões dos estudos conduzidos pelos autores, além de comentários a respeito das premissas indicadas acima. 

O texto é finalizado com uma breve análise confrontando as necessidades de mudança em processos por conta de novas tecnologias com os ônus decorrentes da não implementação dessas transformações adequadamente. 

Em casa e/ou no escritório

Mesmo com o aumento das taxas de vacinação, as empresas permanecem incertas sobre quando, como e, em alguns casos, se os trabalhadores retornarão às suas rotinas anteriores ao covid-19. Dados do Google mostram que a atividade no local de trabalho em Londres, Nova York e São Francisco está na metade do que era antes da pandemia.

Por outro lado, uma pesquisa feita em junho pela Câmara de Comércio de Londres com 520 líderes empresariais revelou que, entre as empresas cujos funcionários podem trabalhar em casa, metade espera que os trabalhadores permaneçam remotos cinco dias por semana, mesmo após a Covid.

O setor imobiliário já aponta sinais dessa mudança. Na cidade de Nova York, por exemplo, as taxas de vacância de escritórios aumentaram 11,3% no ano passado e agora estão no nível mais alto em 27 anos. Isso ocorreu apesar de empresas sediadas em Nova York, como J P Morgan Chase e Goldman Sachs, se encontrarem entre as mais decididas em fazer com que os funcionários retornem rapidamente aos escritórios.

A capacidade de um gerente para monitorar uma equipe trabalhando remotamente depende não apenas da natureza do trabalho, mas também das habilidades desse gerente

Trabalho em escritório e gestão

Especialistas que vêm acompanhando de perto o assunto identificaram que as empresas que preferem todos os seus empregados trabalhando no mesmo local e ao mesmo tempo têm, em comum, dois motivos:

Tornar mais fácil o monitoramento os trabalhadores. Para alguns tipos de profissionais especializados, cuja carga horária efetivamente aplicada é difícil de medir (tais como programadores, contadores, analistas, desenvolvedores etc.), o trabalho remoto é difícil de monitorar. Não obstante os instrumentos de monitoramento do trabalho existam desde antes da pandemia, muitos gerentes ainda dependem da proximidade e da observação direta para determinar quem está trabalhando duro. E por isso resistem à mudança dessas atividades para fora do escritório.
No entanto, após um ano de trabalho remoto, esta perspectiva mudou. E hoje está claro que a capacidade de um gerente para monitorar uma equipe trabalhando remotamente depende não apenas da natureza do trabalho, mas também das habilidades do gerente. Nem todo gerente possui as habilidades necessárias para ser um bom líder de uma equipe remota, mas essas habilidades podem melhorar com a prática, o que é um argumento a favor de que as habilidades de gerenciamento remoto de muitas pessoas estão melhores do que antes da pandemia.

2º Apoiar trocas não estruturadas de ideias. Este motivo tem como justificativa a afirmativa de que as reuniões informais são uma parte importante da cultura da empresa e o trabalho remoto pode prejudicá-la. Só que, na verdade, pesquisas mostram que as interações não estruturadas ajudam as pessoas a trocar informações e construir redes, mas não há evidências de que isso aumenta a produtividade da empresa. Portanto, os gerentes precisam pensar cuidadosamente sobre o papel que a interação informal desempenha em sua equipe e como o trabalho em casa a afetará.
Os empregados também se tornaram mais adeptos da interação por meio da tecnologia, seja por videoconferência ou por meio de plataformas diversas. Alguns consideram ponto desfavorável o custo de adoção de nova tecnologia para viabilizar a operação e o controle do trabalho remoto, mas esquecem que em boa parte este custo já foi pago. 

Consequência prática imediata
Na prática foi observado que as transformações já efetuadas por conta da pandemia reduziram irreversivelmente o custo de mudança para o trabalho remoto e tornou essa escolha, 
agora, mais barata. Significando que atualmente é mais fácil entrar e sair do trabalho remoto quando for conveniente ou necessário. 

Este tipo de entendimento está levando a maioria das empresas a concluir que mais atividades ocorrerão online. Mesmo porque, apesar de variações, algumas estimativas acadêmicas sugerem que cerca de 20% dos dias de trabalho serão passados ​​em casa, o que indica – sob a ótica da ocupação de imóveis- que os escritórios precisarão apenas de cerca de 80% de sua capacidade pré-pandêmica.

 Na volta ao trabalho passam a ser agora consideradas, não apenas as questões relativas gestão de pessoas, mas também outras ligados aos custos e à localização das instalações.

Fatores a analisar

Planejamento
Os autores recomendam que mesmo considerando os parâmetros acima para decisões neste sentido, dois aspectos chave sejam levados em conta no planejamento de escritórios, de forma conjugada: o tamanho das instalações de escritório necessárias no futuro; e a localização desse espaço. Essas decisões andam de mãos dadas, uma vez que tamanho, localização e custos são decisões inter-relacionadas.

Atitude dos trabalhadores
Pesquisas mostram que a maioria dos empregados administrativos realmente deseja voltar a um escritório - mas apenas dois ou três dias por semana. O que exigirá menos espaço do que antes, porque é improvável que todos os empregados trabalhem nos mesmos dias. Outro dado interessante sugere que a qualidade do espaço deve se tornar mais importante do que a quantidade, com as empresas se concentrando em espaços menores que ofereçam melhores serviços e comodidades.

Proximidade com clientes, clientes e serviços
Agregam os autores que, segundo economistas urbanos, as cidades modernas existem por duas razões: (1) As empresas se beneficiam de estar perto de outras empresas e trabalhadores, o que aumenta os salários e lucros. (2) Certos serviços (como lojas de varejo de luxo ou restaurantes, centros de saúde especializados, ou acesso fácil a serviços como compartilhamento de caronas) se beneficiam da escala e estão disponíveis apenas em áreas densamente povoadas. 

Com as empresas mudando para um modelo de trabalho híbrido ou totalmente remoto, esses benefícios podem diminuir devido à densidade reduzida (na circulação de pessoas) e, então, a vantagem de ter um escritório em um distrito comercial central provavelmente tornar-se-á menor. 

Em contraponto, estar perto de serviços pode ser importante, na medida em que as pessoas estejam se locomovendo para o escritório principalmente para se socializar com os colegas, em vez de trabalhar em uma mesa, situação na qual, ter o escritório perto de restaurantes e parques torna-se mais importante que no setor comercial.

Padrões de deslocamento
No passado, uma consideração importante na escolha dos locais dos escritórios era garantir que eles atraíssem as melhores pessoas. Como as idas ao escritório não serão necessariamente frequentes, mais pessoas viverão mais tempo longe de seus escritórios, de modo que os locais-chave atrairão mais talentos de lugares mais distantes. 

Isso tornará, por exemplo, a escolha de proximidade de acesso às opções de transporte de curta distância (como paradas de metrô) menos prioritária do que estar junto a terminais de transporte de longa distância (como a proximidade de rodovias ou estações ferroviárias).

Projeto de escritório
Ainda na linha de atrair os melhores talentos com base no local de trabalho, a prioridade desses não parece ser a localização do escritório em relação às suas casas, mas as condições do local em relação às suas aspirações de carreira. Segundo pesquisas, os trabalhadores talentosos são atraídos para escritórios onde possam trabalhar de forma mais produtiva e se concentrar em atividades que não podem fazer em casa. 

No caso, ainda que esse enfoque passe a exigir menos espaço, a localização e a qualidade dos escritórios passam a ser escolhas críticas. O que deve ser considerado, necessariamente, pela revisão dos processos.

Meio ambiente
Considerando que a construção de torres de escritórios consome grandes volumes de recursos naturais em ações tais como aquecimento, resfriamento e eletrificação usados diariamente, reavaliar a necessidade de espaço físico, perante a crise atual, pode ser a oportunidade perfeita para começar a usar o espaço de escritório com mais eficiência. 

Por exemplo, para empresas que optam por um sistema híbrido com os trabalhadores no escritório três dias por semana, poderá haver uma redução significativa no impacto ambiental por conta de aquecimento e resfriamento reduzidos no "dias de folga”.

Custo
Um fator final nas decisões que as empresas tomarão sobre o espaço de escritórios pode ser o fato de que os proprietários estejam mais dispostos do que nunca a renegociar contratos. Significando que mesmo aqueles presos a negócios de longo prazo agora podem tentar repensar a maneira como usam o espaço do escritório.

Implantar novas tecnologias sem rever processos produz perdas por energia consumida em vão, por tempo e trabalho perdidos e por muito dinheiro literalmente "jogado fora". 

Arrematando e comentando

Em síntese, essa abordagem inclui novos ingredientes na pauta para decisões sobre acomodação das equipes no retorno às jornadas presenciais (plenas ou parciais), agregando aos critérios de captação, desenvolvimento, carreira, remuneração e outros já abordados, aspectos que sugerem que a maioria das empresas pode descobrir que já não precisa de tanto espaço de escritório.

O especialistas entendem, por acréscimo, que a localização do espaço necessário funcionará melhor para os trabalhadores se for projetada para um estilo de trabalho híbrido e próximo a locais com outras atividades e conexões de transporte de longa distância. 

Combinando tudo isso com o uso massivo de tecnologia da informação e comunicação para a execução e controle das atividades dos processos e projetos, fica evidente a necessidade de ações efetivas voltadas ao redesenho dos processos de trabalho e ao desenvolvimento de instrumentos para aperfeiçoamento da gestão de equipes.

Não podemos (e não devemos) nos esquecer - seja por ter vivenciado a situação ou estudado a respeito - do que ocorre em muitas empresas toda vez que a tecnologia avança sem que os processos sejam adaptados, otimizados, racionalizados ou customizados. Grande desperdício!

Desperdício por energia consumida em vão, por tempo e trabalho perdido, por listagens atravancando espaços, e por muito dinheiro literalmente "jogado fora". 

Hoje, novamente se apresenta a oportunidade de uma revisão dos processos com foco em viabilizar as mudanças e incorporar, além das novas tecnologias, melhorias de qualidade e produtividade para serviços, produtos, satisfação de clientes e, claro, resultados.

É a hora exata para fazer o certo e corrigir o que está errado.


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